Especialistas afirmam que é preciso estabelecer pontes entre o conhecimento acadêmico e micro e pequenas empresas nascentes ou já com tradição no mercado para aumentar a competitividade nacional
Debate sobre empreendedorismo e universidade realizado hoje em Brasília
Brasília - As instituições apoiadoras das micro e pequenas empresas precisam reforçar parcerias com universidades públicas e privadas com foco em ações que acelerem o acesso à inovação e, conseqüentemente, ganhos de produtividade por parte do segmento. A partir dessa premissa, o Sebrae promoveu , nesta quinta-feira (10), em Brasília, a reunião ‘Empreendedorismo e Universidade’ entre especialistas da instituição e da comunidade acadêmica.
A reunião também contou com a participação de órgãos como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia FINEP e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.
O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, ressaltou, na abertura da reunião, que já existe uma ponte bastante sólida entre a instituição e universidades, comprovada em ações como o Desafio Sebrae , jogo empresarial online que anualmente envolve milhares de universitários de todo o país. Este ano, houve 148 mil inscritos.
Mas é preciso –segundo ele - ampliar o número de ações e dar-lhes maior abrangência para que o Brasil possa dar um salto de qualidade em termos de fortalecimento do empreendedorismo e de produtividade de sua economia, também por meio do segmento das micro e pequenas empresas.
O diretor-técnico do Sebrae e coordenador da reunião, Carlos Alberto dos Santos, complementou Okamotto ao afirmar que ganhos contínuos de produtividade são fundamentais para que o segmento aumente a participação no Produto Interno Bruto (PIB) atualmente em 20%.
Se esta participação não aumentar, o quadro de distribuição da renda nacional poderá ser agravado, levando-se em conta o crescimento esperado para os próximos anos. Isso porque o segmento é responsável por 56% dos empregos com carteira assinada.
“A previsão é que o PIB dobre até 2020. Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que em 30 anos a renda per capita brasileira atingirá US$ 40 mil dólares. São previsões consistentes e que remetem para a necessidade de se aumentar a produtividade média nacional via pequenos negócios. Hoje eles impactam negatividade essa média” , afirmou Carlos Alberto.
Veja algumas das colocações feitas pelos participantes:
- Renato Nunes, da Universidade Federal de Itajubá (MG), propôs a criação de uma Bolsa de Incentivo ao Empreendedorismo. Ele é coordenador do Programa de Incentivo à Inovação, uma parceria entre o Sebrae em Minas e o governo estadual, que tem por objetivo fazer com que pesquisas gerem negócios.
- Luís Willwock, da PUC/RS, informa que os calouros da universidade são recebidos com uma palestra que os avisa: "Você está entrando em uma universidade empreendedora e inovadora. O Núcleo Empreendedor da PUC/RS coordena uma programação contínua e abrangente. Entre elas, a 'Aula com pipoca ', que apresenta regularmente filmes de sucesso que suscite debates sobre atitudes empreendedoras.
- Luís Bermúdez fez exposição sobre a implantação de disciplinas de empreendedorismo na gradução e pós-graduação no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília, construído com recursos próprios, o que, segundo ele, mostra vontade política da instituição.
- Maurício Guedes, da UFRJ, falou sobre o business game 'Desafio Sebrae', que incentiva atitudes empreendedoras em jovens universitários de todas as áreas e com objetivos distintos na setor privado ou no público. A competição começou em 2000 com 800 participantes. Em 2001, foram 15.300 inscritos. O que começa a ser jogado este ano: 158 mil.
Fonte: http://www.agenciasebrae.com.br